29.8.07













Descobri que sofro de uma fobia até então não catalogada.
Chamo-a de cinemafobia.
Não, não se trata do medo de um lugar escuro, fechado e cheio de gente... Porque diabos eu ia ter medo disso?
Na verdade tenho angustia daquele negócio de chegar no horário da sessão (geralmente entro no cinema uns 15 minutos antes), entrar na fila pra comprar ingressos, entrar na fila pra comprar pipoca pra patroa, escolher o lugar perfeito com o angulo de visão concatenado em simetria com a disposição sonora, e o mais importante de tudo, longe dos chatos de plantão...
E pra isso, evitar os finais de semana é essencial. Nos finais de semana as comportas do inferno são abertas e turbas de adolescentes com essa nova síndrome de zoar com tudo e com todos saem às ruas. Ou então aquele bando de gente sem noção, que vai ao cinema achando que vai a um bar; conversam, atendem ao telefone, tacam o joelho nas tuas costas, e se pudessem com certeza chamariam o garçom.
E tudo isso piora hoje em dia, com o grande número de lançamentos que fazem com que as salas de cinema, fiquem duas ou no máximo três semanas com um filme em cartaz...
Assim sendo, me restam os dias de semana, que além de serem mais calmos com gente mais educada, tem sessões mais baratas.
E tem também os dvds, que convenhamos ajudaram bastante aos cinemafóbicos como eu... O único problema é que além da perda de qualidade de reprodução pela diminuição da tela e do som, você taca play e dez minutos depois já esta parando o filme por qualquer interrupção banal. Comprei o dvd do filme O Libertino e quando me dei conta, percebi que demorei 30 dias para assistir ao filme inteiro.
Que saudades do tempo que ir ao cinema era uma experiência mítica. Eu geralmente me esbaldava nas férias de verão quando minha avó me levava para assistir em salas super-lotadas os lançamentos de Loucademia de Polícia, Gremilins, Goonies, De Volta Para o Futuro e os Trapalhões. As sessões eram povoadas de um bando de crianças superdosadas de açúcar, que ríamos das piadas cretinas e nos assombrávamos com os efeitos especiais toscos. Porque aquilo que estava acontecendo na tela em frente, era algo único. Dificilmente poderia ser superado por um vídeo game, um brinquedo ou pela internet.
É... Talvez isso não passe mesmo de pura nostalgia transviada.

Marcadores: