Conto de Horror Urbano

Flávia aguardava pacientemente pela mutação dos sinais num dos cruzamentos da zona norte da cidade. A noite estava linda, e enquanto esperava olhando para a lua cheia, Flávia fazia dueto com Frank Sinatra, cantarolando as partes que conhecia de Fly me to the Moon.
A porta do carona se abriu.
A porta do carona se abriu.
Flávia lembrou-se com terror que esquecera de fechá-la.
- Fica quieta senão tu morre!- Ele gritou forçando uma arma em suas costelas.
Flávia pensou que iria desmaiar. Até mesmo tentou forçar um desmaio, para de alguma forma, livrar-se daquele pesadelo presente. Mas não conseguiu... Pensou então, em ter com o assaltante um argumento brilhante que o demovesse daquela crueldade terrível. Para sua frustração só conseguiu dizer o mesmo chavão:
- Leve o que quiser. Eu não vou reagir.
- É bom mesmo! – Ele respondeu.
O sinal já havia mudado, e o assaltante apertou novamente a arma nas suas costelas. Desta vez, com mais força, fazendo com que a dor latejasse em seu corpo.
- Tá esperando o quê? Tá vacilando madame. Arranca logo porra!
A cabeça de Flávia começou a entrar num espiral de pensamentos. Devo olhar para ele? Melhor não... E se passarmos por um policial? Oh Deus, me tire dessa! Como ficará meu marido se eu morrer? Será que eu vou morrer? Eu devo reagir? Para onde ele vai me levar? Será que é seqüestro?
- Vira aqui - Ele ordenou.
Flávia pôde notar que a voz do assaltante estava arrastada como um disco em 33 rotações. Era como se ele estivesse bêbado, ou então pior... Drogado. Seu algoz estava completamente chapado e aquela constatação, fez com que Flávia se inquietasse ainda mais. Todo e qualquer ato para ela naquele instante, resumia-se em sobreviver. O homem lhe deu mais algumas direções, até que Flávia notou estar perdida em sua própria cidade.
Mandou finalmente ela parar e descer do carro. A quadra era tomada por um terreno baldio, e a rua não tinha iluminação alguma. O assaltante também desceu do carro. Não devia ter mais de 18 anos de idade. Poderia muito bem ser o filho de Flávia, caso ela pudesse ter filhos...
Mandou finalmente ela parar e descer do carro. A quadra era tomada por um terreno baldio, e a rua não tinha iluminação alguma. O assaltante também desceu do carro. Não devia ter mais de 18 anos de idade. Poderia muito bem ser o filho de Flávia, caso ela pudesse ter filhos...
Ele colocou a arma na cintura e puxou uma faca do bolso. Encostou o espelho da faca no rosto de Flávia e ordenou que ela entrasse no mato.
Jogou-a no chão, em cima de um arbusto espinhoso, e deitou-se por cima, limitando com seu pesado corpo qualquer movimento que ela tentasse em vão praticar. A faca, continuava a resvalar em seu rosto, e ele agora subia a blusa de Flávia. Apertou seus seios com tamanha força que ela gritou de dor.
- Fica quieta vadia - Ele sussurrou, mordendo os mamilos com os dentes.
- Pare, por favor! – Flávia suplicou.
Desabotoou a calça jeans de Flávia e num só movimento brusco, lhe tirou as calças e calcinhas. Foi com a boca de encontro a sua vagina e de repente parou...
Ele olhava incrédulo e aterrorizado para o pênis atrofiado de Flávia.
Ele olhava incrédulo e aterrorizado para o pênis atrofiado de Flávia.
- O que é isso?- Ele gritou num choro indignado.
Flávia não pode conter uma gargalhada nervosa.
Ele traçou um risco de sangue no braço de Flávia, que já não sentia mais dor alguma. Levantou-a pelos cabelos e mandou que se vestisse. Deu-lhe um soco no nariz. Ela sentiu a cartilagem se esfacelar como casca de pão.
Ele traçou um risco de sangue no braço de Flávia, que já não sentia mais dor alguma. Levantou-a pelos cabelos e mandou que se vestisse. Deu-lhe um soco no nariz. Ela sentiu a cartilagem se esfacelar como casca de pão.
- Entra no carro bicha de merda! Vamos tirar dinheiro no caixa eletrônico e depois vou te matar.
Engraçado como essa informação não lhe surtiu efeito algum. Talvez ela já estivesse resignada com a morte; contravenção da vida; certeza absoluta; amiga desconhecida.
Engraçado como essa informação não lhe surtiu efeito algum. Talvez ela já estivesse resignada com a morte; contravenção da vida; certeza absoluta; amiga desconhecida.
Sentou-se no carro, dessa vez, imponente e tranqüila. Afivelou o cinto.
Esperou que ele batesse a porta, e ligou o carro.
Mais uma vez, seguiu as instruções de onde ir.
Na Avenida Assis Brasil, Flávia acelerou o carro e virou bruscamente a direção, batendo de frente num poste. O assaltante alçou vôo pelo pára-brisa e estourou a cabeça em um muro de concreto.
Flávia recostou-se no volante, fechou os olhos e cantou num sussurro:
Na Avenida Assis Brasil, Flávia acelerou o carro e virou bruscamente a direção, batendo de frente num poste. O assaltante alçou vôo pelo pára-brisa e estourou a cabeça em um muro de concreto.
Flávia recostou-se no volante, fechou os olhos e cantou num sussurro:
- Fly me to the moon and let me sing among the stars...
Marcadores: Crônica
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