15.6.07















O Ibama deveria fazer um adendo naquela sua lista de espécies ameaçadas de extinção:

Tamanduá Bandeira,
Mico Leão Dourado,
Clarah Averbuck

Uma de nossas grandes escritoras nacionais, gaúcha radicada em São Paulo, Clarah Averbuck é uma daquelas raras criaturas que não tem medo de se expressar, e muito menos das consequências daquilo que escreve.
É o que eu digo, opinião é que nem bunda. Cada um tem a sua, única e exclusiva, e cada um faz dela, e com ela; aquilo que bem entende.


Clarah Averbuck já tem três livros editados: Máquina de Pinball, Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante e Vida de Gato.
Segue um dos textos que você também pode acessar no sítio Adios Lounge



Valeu Clarah!






Eu e a Minha Nuvem Negra da Sorte

É um fato: tem muita gente chata neste mundo. E essa gente chata insiste em praticar a sua refinada de encher o saco dos outros. Eu posso até ser chata, posso ser insuportável e carrancuda, mas eu vou sempre estar na minha. Eu não encho o saco de ninguém. Eu fico ali com os meus amigos. Se a minha existência enche o saco de alguém, bom, aí eu não posso ajudar, porque eu não vou me matar pra acabar com o seu problema. Mas tem um povo que realmente. As pessoas não conseguem entender o procedimento de vida alheio e ficam cutucando. Cutucando. E uma hora a pessoa que não é um poço de calma como eu perde a paciência. Eu não vou ficar citando nomes porque sou uma pessoa fina. Mas tem um tipo de gente que me enerva. São aqueles que, além de não perceberem os outros, ainda ficam invadindo, tentando a simpatia, tentando o contatinho. Porra, não gosta, não chega perto, não sorri e nem manda scrap no meu orkut. Não me enche. Eu já tenho amigos suficiente e eu gosto bastante deles. Não preciso de gente meia-boca na minha vida.
É assim que eu faço. Eu não quero saber o que você acha. Sinceramente. Eu estou bem aqui no meu mundinho, com as coisas do jeito que eu faço e é assim que eu vou continuar fazendo, do meu jeito. Se tem uma coisa que eu não suporto é aquele povinho que vem querendo que eu seja mais engraçada. "Mas aquele seu texto era tão engraçado". Olha, meu amigo, se era engraçado foi porque saiu assim, não porque eu me esforcei pra isso. Eu não me esforço pra escrever nada e eu não escrevo pra fazer ninguém rir. Eu não sou palhaça e nem divertida. Eu tenho uma nuvem negra e eu gosto dela. Sou super apegada a ela. Eu escrevo pra arrastar todo mundo comigo, pra todo mundo sofrer comigo, não é pra alisar a cabeça de ninguém e nem pra dar sorrisinho no final. É pra debulhar mesmo. Leveza não é aqui. E se você não gosta, é a coisa mais simples da face da terra. Não leia. Existem milhares de sites e milhares de bibliotecas, milhares de livros insossos e uns outros tantos engraçados por aí, que você vai gostar bastante e não vão te deixar com essa sensação incômoda. Então me faz o favor e pára de tentar achar que você sabe como eu devo fazer o que eu faço. Porque se tem uma coisa que eu sei fazer é isso.

Pela atenção, obrigada.

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2 Comments:

Blogger Tônia said...

AMEEEEEEEEI

plaft plaft plaft (palmas)


\o/

11:02 PM  
Blogger Ana Gouvêa said...

Tu foi a única pessoa que ficou feliz quando a Claraverbuck foi tocar no Garagem...
O blog dela é de visitação obrigatória!
Fora que aquela criatura desafinada me deixou com vontade de ter um gato negro preto de olhos amarelos!

E de mandar tudo apapú...

6:29 PM  

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