Uma Longa Noite

O jovem Alencar entra em casa.
Deposita sua pasta em cima de uma cadeira ao lado da porta, e passa a mão pelos cabelos espantando o cansaço do dia.
Tira os sapatos calçando-os pelos calcanhares e deseja para a esposa:
- Boa noite querida!
- Oi meu amor. – ela beija com autentica alegria a face do marido - Como foi seu dia?
- Periclitante... O pessoal da repartição anda me enlouquecendo... Sabe o Valmor, aquele meu colega da mesa da direita, magro que nem palito?
- Não, não lembro.
- Aquele com cara de idiota, que tem um cavanhaque, e vive assoviando Detalhes do Roberto Carlos?
- Ah sei!
- Pois o cretino fez ontem uma sessão de hipnose regressiva. Descobriu que na sua encarnação passada era Rasputim. O conselheiro esquisito de um daqueles czares russos. Nicolau - não sei das quantas...
- Segundo... Nicolau II. Puxa, acho que você vai ter que desistir da idéia de envenenar o cafézinho dele.
- Nem brinca com isso mulher... A promoção de coordenador do setor vai mesmo ficar com o imbecil.
- Oh querido, sinto muito.
- E aqueles nossos planos de encomendar um herdeiro, terão que ficar para mais tarde.
- Hãn... Tudo bem. Quem sabe tu não vai tomar um banho, esquece um pouco este negócio de promoção?
Alencar concorda. Afrouxa o nó da gravata, e se dirige ao banheiro.
- Boa noite querida!
- Oi meu amor. – ela beija com autentica alegria a face do marido - Como foi seu dia?
- Periclitante... O pessoal da repartição anda me enlouquecendo... Sabe o Valmor, aquele meu colega da mesa da direita, magro que nem palito?
- Não, não lembro.
- Aquele com cara de idiota, que tem um cavanhaque, e vive assoviando Detalhes do Roberto Carlos?
- Ah sei!
- Pois o cretino fez ontem uma sessão de hipnose regressiva. Descobriu que na sua encarnação passada era Rasputim. O conselheiro esquisito de um daqueles czares russos. Nicolau - não sei das quantas...
- Segundo... Nicolau II. Puxa, acho que você vai ter que desistir da idéia de envenenar o cafézinho dele.
- Nem brinca com isso mulher... A promoção de coordenador do setor vai mesmo ficar com o imbecil.
- Oh querido, sinto muito.
- E aqueles nossos planos de encomendar um herdeiro, terão que ficar para mais tarde.
- Hãn... Tudo bem. Quem sabe tu não vai tomar um banho, esquece um pouco este negócio de promoção?
Alencar concorda. Afrouxa o nó da gravata, e se dirige ao banheiro.
*
Isabel havia preparado um suntuoso jantar. Três pratos quentes, salada e vinho chileno. Alencar admirou a mesa por um instante, e perguntou com certo estranhamento:
- Credo, vamos ter visitas?
- Não. Eu queria fazer algo diferente. Algo para nós dois.
- É muita comida Belzinha. Assim vamos ficar o resto da semana comendo risoto.
Isabel se irrita com a insensibilidade do marido e o fulmina com um olhar reprovador. Alencar dando-se conta da mancada, disfarça:
- ...mas o cheiro está mesmo ótimo. Por favor, me serve?
Com o ódio amainado pelo indelével elogio, Isabel serve o marido que se põe a comer. Isabel detesta ouvir os ruídos da mastigação do marido. Busca então entabular uma conversa qualquer para encobrir aquele som grotesco:
- Querido? Você às vezes não se cansa desta rotina?
- Rotina? Quê rotina?
- Essa rotina... sei lá... O trabalho.
- Isabel! Trabalho não é rotina. Trabalho é trabalho. Veja bem, agente come, bebe, sempre urina, mas só às vezes defeca... Você trabalha, trabalha, mas só às vezes recebe. Uma vez por mês se Deus quiser. O que se faz nesse meio tempo não é rotina. É viver! Agora, se você me perguntar se eu me canso da vida? É claro que eu me canso! Se eu acho que ela poderia ser melhor? Não! Tenho certeza que não. Se você esta insatisfeita agora, vai estar insatisfeita sempre. Esteja sentada nesta cadeira dura, presa nesta cidade estúpida, esteja deitada num gigantesco iate atracado em Mônaco, conversando sobre marcas de caviar com o príncipe Rainier. Acho que a insatisfação é uma doença... Talvez a doença mais triste que exista. É realmente periclitante...
- Eu sei... Mas é que às vezes tudo me parece tão igual. Você consegue distinguir um dia do outro?
- E para que eu faria isso?
- Ah... Esquece Alencar. Cada dia que passa você mais se parece com um funcionário público.
Alencar boceja, ignorando a provocação da mulher. Toma mais um gole de vinho:
- Estou morrendo de sono. Amanhã vou ter um dia horrível. Aliás, amanhã você vai falar com o homem dos móveis?
- Vou. Estou pensando em marfim para a mesa de jantar. O que você acha?
Ele brincando com um feijão responde distraidamente com um murmúrio:
- Não sei... Pode ser.
- Credo, vamos ter visitas?
- Não. Eu queria fazer algo diferente. Algo para nós dois.
- É muita comida Belzinha. Assim vamos ficar o resto da semana comendo risoto.
Isabel se irrita com a insensibilidade do marido e o fulmina com um olhar reprovador. Alencar dando-se conta da mancada, disfarça:
- ...mas o cheiro está mesmo ótimo. Por favor, me serve?
Com o ódio amainado pelo indelével elogio, Isabel serve o marido que se põe a comer. Isabel detesta ouvir os ruídos da mastigação do marido. Busca então entabular uma conversa qualquer para encobrir aquele som grotesco:
- Querido? Você às vezes não se cansa desta rotina?
- Rotina? Quê rotina?
- Essa rotina... sei lá... O trabalho.
- Isabel! Trabalho não é rotina. Trabalho é trabalho. Veja bem, agente come, bebe, sempre urina, mas só às vezes defeca... Você trabalha, trabalha, mas só às vezes recebe. Uma vez por mês se Deus quiser. O que se faz nesse meio tempo não é rotina. É viver! Agora, se você me perguntar se eu me canso da vida? É claro que eu me canso! Se eu acho que ela poderia ser melhor? Não! Tenho certeza que não. Se você esta insatisfeita agora, vai estar insatisfeita sempre. Esteja sentada nesta cadeira dura, presa nesta cidade estúpida, esteja deitada num gigantesco iate atracado em Mônaco, conversando sobre marcas de caviar com o príncipe Rainier. Acho que a insatisfação é uma doença... Talvez a doença mais triste que exista. É realmente periclitante...
- Eu sei... Mas é que às vezes tudo me parece tão igual. Você consegue distinguir um dia do outro?
- E para que eu faria isso?
- Ah... Esquece Alencar. Cada dia que passa você mais se parece com um funcionário público.
Alencar boceja, ignorando a provocação da mulher. Toma mais um gole de vinho:
- Estou morrendo de sono. Amanhã vou ter um dia horrível. Aliás, amanhã você vai falar com o homem dos móveis?
- Vou. Estou pensando em marfim para a mesa de jantar. O que você acha?
Ele brincando com um feijão responde distraidamente com um murmúrio:
- Não sei... Pode ser.
**
Alencar acorda. Numa pequena nesga da janela mal fechada a luz penetra. Está com uma leve pontada de dor de cabeça, o que lhe faz duvidar que o vinho bebido na noite anterior fosse realmente chileno. Ele sente um grande volume deitado ao seu lado afundando o colchão. Com espanto, Alencar percebe que sua sogra, dona Agnes, está dormindo na sua cama. Considera o ímpeto de acordá-la, e acha melhor sair dali com movimentos sorrateiramente felinos.
Vaga pela casa procurando por Isabel se perguntando: - O que será que essa velha esta fazendo na minha casa? Ou melhor, o que será que a minha sogra faz, dormindo na minha cama?
Ele encontra Isabel no banheiro escovando os dentes e se olhando no espelho.
- Isabel, o quê diabos a tua mãe ta fazendo dormindo ao meu lado na cama?
Ela se vira assustada.
Dá um grito e desmaia... Cai direto, sem escalas, no azulejo do banheiro.
Vaga pela casa procurando por Isabel se perguntando: - O que será que essa velha esta fazendo na minha casa? Ou melhor, o que será que a minha sogra faz, dormindo na minha cama?
Ele encontra Isabel no banheiro escovando os dentes e se olhando no espelho.
- Isabel, o quê diabos a tua mãe ta fazendo dormindo ao meu lado na cama?
Ela se vira assustada.
Dá um grito e desmaia... Cai direto, sem escalas, no azulejo do banheiro.
***
Alencar tenta acordar a mulher jogando um pouco de água da torneira da pia no seu rosto. Procura levantar o corpo inerte. A sogra aparece na porta do banheiro assustada e pergunta:
- O que houve? AI MEU DEUS!
- Calma Dona Agnes, por favor, me ajuda a levantar sua filha.
A velha olha para ele com espanto e retruca:
- Ta louco Alencar?
Alencar ignora a sandice da sogra e com a ajuda dela consegue finalmente sentar Isabel no vaso sanitário. Aos poucos ela começa a recobrar a consciência.
Enquanto Alencar abana a esposa, tenta ignorar a ladainha da velha no seu ouvido.
- Mas então quer dizer, que o bonito aí resolveu acordar?
- Dona Agnes, eu só tenho que trabalhar às nove horas.
- Tinha. Alencar, tinha... Você foi demitido!
- Olha... Dona Agnes porque a senhora não me ajuda e pega um pouco de sal na cozinha pra acordar a Isabel?
A jovem desperta e abraça Alencar:
- Papai! Papai!
-Isabel! O quê que houve? Você bateu a cabeça? Não é o teu pai... Sou eu, o Alencar... O teu marido.
A jovem olha com estranhamento para a mãe:
- Mamãe?
Ele sente novamente uma pontada de dor de cabeça.
- Isabel, porque você levou esse susto? Eu só queria saber o que a tua mãe ta fazendo aqui em casa? Acordei com ela deitada ao meu lado na cama.
A velha tem um surto de raiva e grita:
- ALENCAR SEU IDIOTA! EU SOU A ISABEL! A minha mãe já morreu faz tempo.
- Ta maluca Dona Agnes?
- Pára de me chamar assim. Eu sou a Isabel. Essa que esta aí sentada no vaso é a Cleci. A tua filha.
- Isabel, Cleci... Peraí que eu não to entendendo.
- Papai, você dormiu por vinte e dois anos!
- Mas que palhaçada é essa de vinte e dois anos? Que piada mais sem graça...
- Alencar, hoje é 26 de outubro...
- ...de 2005.
Alencar se olha no espelho.
Incrédulo, vê que a sua imagem refletida está subitamente envelhecida.
- O que houve? AI MEU DEUS!
- Calma Dona Agnes, por favor, me ajuda a levantar sua filha.
A velha olha para ele com espanto e retruca:
- Ta louco Alencar?
Alencar ignora a sandice da sogra e com a ajuda dela consegue finalmente sentar Isabel no vaso sanitário. Aos poucos ela começa a recobrar a consciência.
Enquanto Alencar abana a esposa, tenta ignorar a ladainha da velha no seu ouvido.
- Mas então quer dizer, que o bonito aí resolveu acordar?
- Dona Agnes, eu só tenho que trabalhar às nove horas.
- Tinha. Alencar, tinha... Você foi demitido!
- Olha... Dona Agnes porque a senhora não me ajuda e pega um pouco de sal na cozinha pra acordar a Isabel?
A jovem desperta e abraça Alencar:
- Papai! Papai!
-Isabel! O quê que houve? Você bateu a cabeça? Não é o teu pai... Sou eu, o Alencar... O teu marido.
A jovem olha com estranhamento para a mãe:
- Mamãe?
Ele sente novamente uma pontada de dor de cabeça.
- Isabel, porque você levou esse susto? Eu só queria saber o que a tua mãe ta fazendo aqui em casa? Acordei com ela deitada ao meu lado na cama.
A velha tem um surto de raiva e grita:
- ALENCAR SEU IDIOTA! EU SOU A ISABEL! A minha mãe já morreu faz tempo.
- Ta maluca Dona Agnes?
- Pára de me chamar assim. Eu sou a Isabel. Essa que esta aí sentada no vaso é a Cleci. A tua filha.
- Isabel, Cleci... Peraí que eu não to entendendo.
- Papai, você dormiu por vinte e dois anos!
- Mas que palhaçada é essa de vinte e dois anos? Que piada mais sem graça...
- Alencar, hoje é 26 de outubro...
- ...de 2005.
Alencar se olha no espelho.
Incrédulo, vê que a sua imagem refletida está subitamente envelhecida.
****
Desesperado, Alencar lava o rosto na pia tentando em vão acordar de um suposto pesadelo.
- Eu não acredito, não acredito... Como que isso foi acontecer?
- Não sei. Você simplesmente não acordou mais. Eu te sacudi, te chamei, pensei até que estava morto. Entrei em desespero, procurei vários médicos...
- E o que eles disseram?
- Que você estava dormindo. Todos foram unânimes no diagnóstico. Sua atividade cerebral era a mesma de uma pessoa em repouso.
- Mas isso não é possível. Não por vinte e dois anos.
- Papai, você precisa se acalmar.
- E você, quem é?
- Já te falei Alencar, ela é a Cleci! A tua filha!
- Mas eu não tenho filha alguma...
- Não tinha Alencar... Eu só não te falei para não te preocupar. Na época em que você apagou, eu estava grávida de 6 semanas.
- Ah não, não, nãããão!
Alencar chora convulsivamente.
- Uma vida desperdiçada! Como posso ter passado minha vida inteira dormindo?
- Olha... Eu bem que tentei te acordar. Eu te sacudi, te dei tapa na cara, coloquei música alta... Até com cigarro eu te queimei.
Alencar para de chorar:
- Pô Isabel! Com cigarro?
- Você estava roncando muito alto, e eu queria dormir....
- Mas que situação peri-clitante.
- Ah outra coisa, PELOAMORDEDEUS para com essa mania de falar peri-clitante!
- Mas Isabel, você nunca reclamou.
- Isso foi nos primeiros anos de casado.
- Mas eu passei o resto do tempo dormindo...
- Pior ainda! Me deixou sozinha criando a Cleci.
- Mas eu não te deixei. Eu estava bem aqui. No quarto dormindo! DORMINDO! Não foi uma opção minha. Nem sei porque acordei. Podia muito bem continuar dormindo... Dormir até morrer sem acordar nesse pesadelo. Pra falar a verdade, estou ainda com sono...
- Ah não! Nem pensar! Chega de dormir. Você tem vinte anos de serviços não prestados para colocar em dia.
- Como assim?
- Tarefas de marido ué. Você sabe muito bem: furar parede, arrumar pé de cadeira, trocar lâmpada, isso sem falar de outras cositas...
- Mas eu estou doente!
- Olha Alencar você não me parece nem um pouco doente. E você Cleci, vai terminar de se arrumar, já esta atrasada para a aula.
- Eu fui mesmo demitido Isabel?
- Claro! Por abandono de emprego. Eu até tentei te transferir para a repartição e deixar você dormindo por lá, mas a cama não passou pela porta.
- Isabel, eu te juro que vou recuperar tudo que perdi! O emprego, a educação de minha filha, inclusive o meu tempo de vida! Vou viver vinte anos, nesses poucos que ainda me restam!
- Então me beija Alencar! Beije-me e vamos fazer amor por três dias consecutivos...
- Ta maluca? Antes eu tenho que me acostumar.
- Acostumar com o quê Alencar? Eu estive casta por todo esse tempo.
- Sério?
- O que você queria? Que eu trouxesse alguém pra dentro de casa pra transar ao lado do meu marido dormindo? Pô Alencar até suruba tem limite!
- Isabel me desculpe mas não vai dar... Você está tão parecida com a dona Agnes...
- Ó Alencar, liga pra farmácia e pede pra entregarem aqui uma cartela de Viagra.
- Viagra?
- Eu não acredito, não acredito... Como que isso foi acontecer?
- Não sei. Você simplesmente não acordou mais. Eu te sacudi, te chamei, pensei até que estava morto. Entrei em desespero, procurei vários médicos...
- E o que eles disseram?
- Que você estava dormindo. Todos foram unânimes no diagnóstico. Sua atividade cerebral era a mesma de uma pessoa em repouso.
- Mas isso não é possível. Não por vinte e dois anos.
- Papai, você precisa se acalmar.
- E você, quem é?
- Já te falei Alencar, ela é a Cleci! A tua filha!
- Mas eu não tenho filha alguma...
- Não tinha Alencar... Eu só não te falei para não te preocupar. Na época em que você apagou, eu estava grávida de 6 semanas.
- Ah não, não, nãããão!
Alencar chora convulsivamente.
- Uma vida desperdiçada! Como posso ter passado minha vida inteira dormindo?
- Olha... Eu bem que tentei te acordar. Eu te sacudi, te dei tapa na cara, coloquei música alta... Até com cigarro eu te queimei.
Alencar para de chorar:
- Pô Isabel! Com cigarro?
- Você estava roncando muito alto, e eu queria dormir....
- Mas que situação peri-clitante.
- Ah outra coisa, PELOAMORDEDEUS para com essa mania de falar peri-clitante!
- Mas Isabel, você nunca reclamou.
- Isso foi nos primeiros anos de casado.
- Mas eu passei o resto do tempo dormindo...
- Pior ainda! Me deixou sozinha criando a Cleci.
- Mas eu não te deixei. Eu estava bem aqui. No quarto dormindo! DORMINDO! Não foi uma opção minha. Nem sei porque acordei. Podia muito bem continuar dormindo... Dormir até morrer sem acordar nesse pesadelo. Pra falar a verdade, estou ainda com sono...
- Ah não! Nem pensar! Chega de dormir. Você tem vinte anos de serviços não prestados para colocar em dia.
- Como assim?
- Tarefas de marido ué. Você sabe muito bem: furar parede, arrumar pé de cadeira, trocar lâmpada, isso sem falar de outras cositas...
- Mas eu estou doente!
- Olha Alencar você não me parece nem um pouco doente. E você Cleci, vai terminar de se arrumar, já esta atrasada para a aula.
- Eu fui mesmo demitido Isabel?
- Claro! Por abandono de emprego. Eu até tentei te transferir para a repartição e deixar você dormindo por lá, mas a cama não passou pela porta.
- Isabel, eu te juro que vou recuperar tudo que perdi! O emprego, a educação de minha filha, inclusive o meu tempo de vida! Vou viver vinte anos, nesses poucos que ainda me restam!
- Então me beija Alencar! Beije-me e vamos fazer amor por três dias consecutivos...
- Ta maluca? Antes eu tenho que me acostumar.
- Acostumar com o quê Alencar? Eu estive casta por todo esse tempo.
- Sério?
- O que você queria? Que eu trouxesse alguém pra dentro de casa pra transar ao lado do meu marido dormindo? Pô Alencar até suruba tem limite!
- Isabel me desculpe mas não vai dar... Você está tão parecida com a dona Agnes...
- Ó Alencar, liga pra farmácia e pede pra entregarem aqui uma cartela de Viagra.
- Viagra?
- É. Vou te dar umas aulinhas de recuperação, bem vindo ao século 21.
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