Sim ao Referendo!
Devo admitir, gostei deste tal de referendo...
O senhor não concorda?
Se não, vislumbre comigo: demitir aquele povo do planalto central que diz nos representar, e tomar nós mesmo as decisões, sem o risco de intermediários ou interesses escusos. É só no domingão agente visitar a sogra, dar aquela passeada com as crianças no parquinho, e um pulinho lá na seção eleitoral, garantindo a aprovação de medidas que não venham a nos enrabar.
Com o referendo permanente, poderíamos votar assuntos importantes de nosso interesse, como por exemplo:
Você acha que os bancos deveriam ter o mesmo horário de funcionamento que o comércio?
Você acha que a estrada, na qual transita todo dia, está em boas condições e autoriza o aumento do pedágio?
Você acha que o Tião deve ficar com a Sol, no final da novela América?
Ou poderíamos até mesmo, votar a respeito de questões que nos permitam melhorar o convívio social:
Você acha que pessoas que conversam no celular trancando o trânsito, deveriam ter seus aparelhos confiscados?
Você acha que pessoas com fedor de sovaco devem utilizar o transporte coletivo?
Perceba que o regime governamental passaria de presidencialista para referendista. Seríamos uma espécie de anarco-comunocratas, motivo de pesadelo para qualquer teórico político.
Sei que o senhor vai me argumentar que neste último referendo, foram gastos cerca de cento e sessenta e poucos milhões. Mas pense bem... Com certeza, esta fortuna não é nem um terço do valor que gastamos para custear os nossos “representantes”, suas excentricidades e desvios de conduta.
Mas vá lá, admito que o referendo permanente, possui certas inconveniências. O horário político permanente, o compromisso da votação, e é claro, sem as abomináveis CPIS, de quê o Jornal Nacional se ocuparia?
Pois para aprovarmos o referendo permanente, teríamos que respeitar a idéia da opção democrática e, portanto, fazer um referendo majoritário. E isso provavelmente seria a ruína da utopia... O referendo permanente não vingaria, porque teríamos que abrir mão do arraigado paternalismo governamental.
É... No fundo no fundo, o que agente quer mesmo, é que as responsabilidades sobre nossas vidas, fiquem nas mãos de outros. Caso contrário, de quem nós vamos falar mal? De quem nós vamos reclamar? E em quem nós vamos continuar votando, para nos desiludir?
Hay que endurecer, pero sin viagra... Jamás!
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