20.11.05























Seguem alguns trechos do livro de Jerry Seinfeld - O Melhor Livro Sobre Nada- o mesmo da famosa e extinta sitcom Seinfeld, publicado pela editora Frente em 2000 e que virou best-seller nos EUA:

Sobre Encontros:

É difícil se divertir quando você está se sentindo sob avaliação. Deveríamos dizer: Você parece legal. Que tal a gente se encontrar um dia desses para fazer um escrutínio?
Porque é isso que acontece. Sempre que você pensa sobre essa pessoa em termos de talvez passar o seu futuro com ela, você tem de examinar com uma lente todas as coisinhas dela.
O homem vai pensar: “ Acho que as sobrancelhas dela não são iguais. Incrível. As sobrancelhas dela são desiguais. Eu vou agüentar ficar olhando para sobrancelhas desiguais o resto da minha vida?”
E a mulher, é claro, vai estar pensando: “O que é que ele tanto olha? Eu vou querer alguém olhando para mim assim o resto da vida?”

Sobre Relacionamentos:

Não me entenda mal, a cerimônia de casamento é uma coisa linda. O juramento, as roupas. Acho que a idéia daquele terno alinhado é o ponto de vista da mulher, de que “os homens são todos iguais, por que vesti-los assim?”
Por isso é que, para mim, um casamento é a união de uma noiva linda, exuberante, e um cara lá. O terno é um dispositivo de segurança, criado pelas mulheres, porque elas sabem que não dá para confiar num homem. Portanto, caso o noivo caia fora, basta pegar um outro cara qualquer e pronto.
É por isso que o juramento não é “Você aceita Valdemar de Oliveira...” e sim “Você aceita este homem...”

Sobre Conservação:

As mulheres, sem dúvida, chegam a extremos no seu trabalho de manutenção. É impressionante como elas cuidam de todos os pêlos em seus corpos. Para mim, um dos grandes mistérios é como uma mulher é capaz de derramar cera quente nas pernas, arrancar os pêlos pelas raízes e ter medo de uma aranha.


Todo mundo quer ser sadio. O engraçado é que ninguém sabe como.
Adoro fazer exercício, mas não posso deixar de rir disso. Você vai à academia, vê aquela gente toda se exercitando, entrando em forma. Mas ninguém vai ficar em forma para fazer alguma coisa. Na sociedade moderna, você não precisa ser fisicamente forte para fazer coisa nenhuma. O único motivo para eles ficarem em forma é conseguir fazer todo aquele exercício. Então a gente malha para ficar em forma para quando for a hora de malhar. Isso é comédia.

Sobre Roupas

Eu já tive um casaco de couro que se estragou na chuva. Mas como é que a água pode estragar o couro?
As vacas não ficam lá fora quase o tempo todo?
Será que quando está chovendo as vacas correm para a casa da fazenda:
- Deixa a gente entrar! Estamos todas usando couro! Abra a porta! Vamos estragar a nossa roupa!

Sobre Presentes

Estou ficando um pouco cansado de fingir que fico todo alegre sempre que é aniversário de alguém. Quero dizer, afinal, a essa altura, o que tem de mais?
Quantas vezes temos de festejar que alguém nasceu? Todo ano, todo mundo, de novo e de novo? Tudo o que você fez foi evitar morrer durante 12 meses. Grande coisa.

Nada se compara com o peso para papel em matéria de mau presente. Para mim, não há maneira melhor do que um peso para papel para se dizer a alguém: Recusei-me a fazer o menor esforço para comprar um presente.

Sobre Estacionamentos

A vaga para deficientes é a miragem no deserto do estacionamento. Você conhece a sensação. Você vê a vaga de longe, lá está ela. É difícil de acreditar nos próprios olhos. É bom de mais para ser verdade. Uma vaga grande, larga, junto da entrada. Por algum motivo ninguém reparou nela. E quando você vai estacionando- epa, não tem vaga nenhuma. Nada. Foi como uma alucinação. Ei, eu pensei que tinha uma vaga aqui... Não sei o que aconteceu...
Como serão as vagas para deficientes na Para-Olimpíada?
Eles devem ter que empilhar uns duzentos carros naquelas duas vagas. Como é que vão fazer?