20.11.04








QUANDO AMOR TECE



Amor...
Que palavrinha mais sem-vergonha.
Que sentimento mais em desuso.
Que destino cruel de um ser humano é ser amado.
Ver-se oprimido às expectativas alheias,
saber-se indigno do fel de um grande amor,
e por fim,
desconjurar esta falta de abnegação por ser adorado.

E talvez,
não menos aviltante que ser amado,
é amar...
Tolher-se aos pés desta ingratidão muda,
latente em gestos, risos, beijos, no roçar dos corpos, ou nas vicissitudes de paixão.
Cozer em si o que lhe queima a carne,
e extrapolar o senso da angustia, inerente a esta febre que lhe consome.

Ah o amor!
Quão cretino possa ser,
mesmo assim será sempre,
o mesmo e miserável amor de sempre.

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